Irineu sobre o julgamento divino

Deus, prevendo todas as coisas, preparou habitações adequadas para ambos, gentilmente conferindo a luz que eles desejam àqueles que buscam a luz da incorrupção e recorrem a ela; mas para os desprezadores e escarnecedores que evitam e se afastam desta luz, e que, por assim dizer, se cegam, Ele preparou trevas adequadas para pessoas que se opõem à luz e infligiu uma punição apropriada àqueles que tentam evitar estar sujeitos a Ele. A submissão a Deus é o descanso eterno, para que aqueles que fogem da luz tenham um lugar digno de sua fuga; e aqueles que fogem do descanso eterno têm uma habitação de acordo com sua fuga. Agora, uma vez que todas as coisas boas estão com Deus, aqueles que por sua própria determinação fogem de Deus, defraudam a si mesmos de todas as coisas boas; e tendo sido [assim] defraudados de todas as coisas boas com respeito a Deus, eles conseqüentemente cairão sob o justo julgamento de Deus. Pois aquelas pessoas que evitam o descanso incorrerão justamente em punição, e aqueles que evitam a luz habitarão justamente nas trevas. Pois, como no caso desta luz temporal, aqueles que a evitam se entregam às trevas, de modo que eles próprios se tornam a causa para si mesmos de que são destituídos de luz e habitam nas trevas; e, como já observei, a luz não é a causa de tal [infeliz] condição de existência para eles; assim, aqueles que fogem da luz eterna de Deus, que contém em si todas as coisas boas, são eles mesmos a causa de sua habitação na escuridão eterna, destituídos de todas as coisas boas, tendo se tornado para si mesmos a causa de [sua consignação a] uma morada dessa natureza (Contra as heresias, IV, 39.