Gregório de Nissa: o batismo

Quando, portanto, eles ouvem esses e outros discursos semelhantes e recebem uma primeira instrução sobre a forma [do Batismo], quando se diz a eles que uma oração a Deus, a invocação da graça celeste, e a água e a fé, são meios com os quais se realiza o mistério da regeneração, mostram-se céticos considerando a realidade visível, pois, quando se realiza de modo material, não é adequado à promessa divina. Como é possível – dizem – que uma oração e uma invocação da potência divina pronunciada sobre a água se tornem princípio e causa de vida para os iniciados?

(...) A resposta que naturalmente nos será dada à pergunta de como é possível que o homem se forme daquela semente é a mesma que daremos quando nos perguntam sobre a regeneração mediante a água. Com efeito, no primeiro caso, para cada uma das pessoas interrogadas, é fácil responder que aquela semente se torna homem pela potência divina, sem a qual a semente seria inativa e ineficaz. Se, portanto, neste caso, não é o elemento material que forma o homem, mas é a potência divina que transforma o elemento sensível em natureza humana, seria extremamente insensato reconhecer em Deus uma tão grande potência em um caso e pensar, no segundo caso, que a divindade é impotente para realizar seu desígnio (Grande Catequese, XXXIII, 1-3).