O que isso significa? Que Ele justificou nossa raça não por ações corretas, nem por labutas, nem por escambo e troca, mas por graça somente. Paulo, também, deixa isso claro quando diz: "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus" [Romanos 3:21]. Mas a justiça de Deus vem pela fé em Jesus Cristo e não por trabalho e sofrimento (Discursos contra os cristãos judaizantes, VII, 2).
O que quer dizer: “que age pela caridade”? Aqui lhes inflige grande ferida, dando a entender que surgiu este equívoco porque a caridade para com o Cristo não tem raízes entre eles. Não se reclama apenas a fé, mas também a perseverança na caridade (Comentário em Gálatas 5:6).
"Para declarar sua justiça". O que é declarar sua justiça? Como a declaração de suas riquezas, não apenas para Ele ser rico em si mesmo, mas para tornar outros ricos, ou [declaração] da vida, não apenas que Ele próprio é vivo, mas também que faz os mortos viverem; ou [declaração] do Seu poder, não apenas de que Ele é poderoso, mas também que Ele torna o fraco poderoso. Assim também é a declaração da Sua justiça, não de que Ele próprio é justo, mas que Ele torna de repente justos aqueles que são cheios de chagas podres. E isso deve ser explicado assim: o que é "declarar", que ele acrescentou: "para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" [Romanos 3:26]. Não duvide: pois não é das obras, mas da fé; não fuja da justiça de Deus, pois é uma benção em dois sentidos; porque é fácil, e também aberta a todos os homens. E não fique envergonhado. Pois, se Ele mesmo abertamente declara que Ele faz assim, e Ele, por assim dizer, encontra prazer e orgulho nisso, como pode você esconder sua face naquilo que o Senhor gloria-se? Mas o que é a "lei da fé"? É ser salvo por graça. Aqui ele mostra o poder de Deus, em que não apenas nos salvou, mas também justificou, e os levou a gloriar-se, e isso tudo sem necessidade de obras, mas olhando para a fé somente (Homilia em Romanos 3:19)
O quê? “Aquele que não conhecera o pecado”, que era a própria justiça, “Deus o fez pecado”, isto é, permitiu que fosse condenado como pecador, morresse como um maldito: “O que for suspenso num lenho é um maldito” (Dt 21,23). Era muito mais cruel do que a simples morte. O Apóstolo o sugere noutra passagem, nesses termos: “Foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). Não constituía só um tormento; era uma ignomínia. Atende a quantos benefícios dele recebeste. É grandioso que alguém, mesmo pecador, se sujeite à morte em favor de um qualquer. Ora, quando por cima é justo o que sofre e morre por pecadores, e morre qual maldito, e não só maldito, mas além disso obtém-nos bens jamais esperados (“A fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus”, assegura), que palavras, que mente consegue traduzi-lo? Pois fez do justo um pecador, a fim de transformar os pecadores em justos. Ou antes, não foi isso que o Apóstolo asseverou, e sim algo de muito mais sublime; e não se referiu a um ato, e sim a uma qualificação. Não disse: Ele o fez pecador, e sim: “Deus o fez pecado”. Não declarou: Aquele que não pecara, e sim: Que nem mesmo conhecera o pecado, a fim de que, assegura, não só nos tornássemos justos, mas a própria justiça, e “justiça de Deus”. Pois esta é a justiça de Deus: quando somos justificados, não por obras (pois nesse caso seria necessário que nenhuma mancha fosse encontrada), mas por graça, caso em que todo pecado é abolido (Homilia em 2 Coríntios, 11).
Não dissertamos tanto a respeito da bondade divina para que, nela fiados, caiamos no pecado; do contrário, a bondade ocasionaria perda da salvação. Visamos evitar o desespero por causa dos nossos pecados, e nos penitenciarmos. A benignidade de Deus te induz à penitência, e não a aumentar os vícios. Se te fizeres malvado devido à benignidade divina, antes a condenas diante dos homens. Vejo muitos a acusarem a longanimidade de Deus. Serás castigado se não a aproveitares conforme deves. Deus é benigno? Mas é também justo juiz. Perdoa os pecados? Entretanto dá a cada um segundo suas obras. Supera as iniquidades e apaga os pecados? Mas também os inspeciona. Acaso não são coisas contraditórias? Não são opostas, se as distribuirmos segundo o tempo. Ele apaga os pecados aqui pelo batismo e pela penitência; castiga os maus atos no além pelo fogo e os tormentos (Homilia em Efésios, 4).
O que significa: O evangelho da justiça? Aquele que suscita justos. Estas palavras farão nascer neles o desejo do batismo, porquanto lhes mostram que o evangelho não somente perdoa os pecados, mas também produz a justiça. (...) A doutrina reclama a vida. Ouvi essas coisas, vós que acedeis ao batismo no fim da vida. Nós insistimos nas súplicas para que depois do batismo tenhas uma conduta honesta; tu, ao contrário, empregas esforços e tudo fazes para saíres deste mundo sem teres tido um comportamento honesto. Será que te justificarás somente por meio da fé? Quanto a nós, rezamos para que adquiras confiança apoiada nas boas obras (Homilias sobre a Segunda Carta aos Coríntios, II).
O que quer dizer: “que age pela caridade”? Aqui lhes inflige grande ferida, dando a entender que surgiu este equívoco porque a caridade para com o Cristo não tem raízes entre eles. Não se reclama apenas a fé, mas também a perseverança na caridade (Comentário em Gálatas 5:6).
"Para declarar sua justiça". O que é declarar sua justiça? Como a declaração de suas riquezas, não apenas para Ele ser rico em si mesmo, mas para tornar outros ricos, ou [declaração] da vida, não apenas que Ele próprio é vivo, mas também que faz os mortos viverem; ou [declaração] do Seu poder, não apenas de que Ele é poderoso, mas também que Ele torna o fraco poderoso. Assim também é a declaração da Sua justiça, não de que Ele próprio é justo, mas que Ele torna de repente justos aqueles que são cheios de chagas podres. E isso deve ser explicado assim: o que é "declarar", que ele acrescentou: "para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" [Romanos 3:26]. Não duvide: pois não é das obras, mas da fé; não fuja da justiça de Deus, pois é uma benção em dois sentidos; porque é fácil, e também aberta a todos os homens. E não fique envergonhado. Pois, se Ele mesmo abertamente declara que Ele faz assim, e Ele, por assim dizer, encontra prazer e orgulho nisso, como pode você esconder sua face naquilo que o Senhor gloria-se? Mas o que é a "lei da fé"? É ser salvo por graça. Aqui ele mostra o poder de Deus, em que não apenas nos salvou, mas também justificou, e os levou a gloriar-se, e isso tudo sem necessidade de obras, mas olhando para a fé somente (Homilia em Romanos 3:19)
O quê? “Aquele que não conhecera o pecado”, que era a própria justiça, “Deus o fez pecado”, isto é, permitiu que fosse condenado como pecador, morresse como um maldito: “O que for suspenso num lenho é um maldito” (Dt 21,23). Era muito mais cruel do que a simples morte. O Apóstolo o sugere noutra passagem, nesses termos: “Foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). Não constituía só um tormento; era uma ignomínia. Atende a quantos benefícios dele recebeste. É grandioso que alguém, mesmo pecador, se sujeite à morte em favor de um qualquer. Ora, quando por cima é justo o que sofre e morre por pecadores, e morre qual maldito, e não só maldito, mas além disso obtém-nos bens jamais esperados (“A fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus”, assegura), que palavras, que mente consegue traduzi-lo? Pois fez do justo um pecador, a fim de transformar os pecadores em justos. Ou antes, não foi isso que o Apóstolo asseverou, e sim algo de muito mais sublime; e não se referiu a um ato, e sim a uma qualificação. Não disse: Ele o fez pecador, e sim: “Deus o fez pecado”. Não declarou: Aquele que não pecara, e sim: Que nem mesmo conhecera o pecado, a fim de que, assegura, não só nos tornássemos justos, mas a própria justiça, e “justiça de Deus”. Pois esta é a justiça de Deus: quando somos justificados, não por obras (pois nesse caso seria necessário que nenhuma mancha fosse encontrada), mas por graça, caso em que todo pecado é abolido (Homilia em 2 Coríntios, 11).
Não dissertamos tanto a respeito da bondade divina para que, nela fiados, caiamos no pecado; do contrário, a bondade ocasionaria perda da salvação. Visamos evitar o desespero por causa dos nossos pecados, e nos penitenciarmos. A benignidade de Deus te induz à penitência, e não a aumentar os vícios. Se te fizeres malvado devido à benignidade divina, antes a condenas diante dos homens. Vejo muitos a acusarem a longanimidade de Deus. Serás castigado se não a aproveitares conforme deves. Deus é benigno? Mas é também justo juiz. Perdoa os pecados? Entretanto dá a cada um segundo suas obras. Supera as iniquidades e apaga os pecados? Mas também os inspeciona. Acaso não são coisas contraditórias? Não são opostas, se as distribuirmos segundo o tempo. Ele apaga os pecados aqui pelo batismo e pela penitência; castiga os maus atos no além pelo fogo e os tormentos (Homilia em Efésios, 4).
O que significa: O evangelho da justiça? Aquele que suscita justos. Estas palavras farão nascer neles o desejo do batismo, porquanto lhes mostram que o evangelho não somente perdoa os pecados, mas também produz a justiça. (...) A doutrina reclama a vida. Ouvi essas coisas, vós que acedeis ao batismo no fim da vida. Nós insistimos nas súplicas para que depois do batismo tenhas uma conduta honesta; tu, ao contrário, empregas esforços e tudo fazes para saíres deste mundo sem teres tido um comportamento honesto. Será que te justificarás somente por meio da fé? Quanto a nós, rezamos para que adquiras confiança apoiada nas boas obras (Homilias sobre a Segunda Carta aos Coríntios, II).