Aconselhando também aos seus discípulos a oferecerem a Deus as primícias das suas criaturas, não porque precisasse, mas para que eles não se mostrassem inoperosos e ingratos, tomou o pão que deriva da criação, deu graças, dizendo: "Isto é o meu corpo"; do mesmo modo tomou o cálice, que provém, como nós, da criação, o declarou seu sangue e estabeleceu a nova oblação do Novo Testamento. É esta mesma oblação que a Igreja recebeu dos apóstolos e que, no mundo inteiro, ela oferece a Deus que nos dá o alimento, como primícias dos dons de Deus na Nova Aliança.
Malaquias, um dos doze profetas, a profetizou dizendo: "Não tenho prazer em vós, diz o Senhor onipotente, e não me agrada o sacrifício de vossas mãos; porque do levante ao poente meu nome é glorificado entre as nações e em todo lugar se oferece incenso ao meu nome e sacrifício puro; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor onipotente". Com estas palavras afirma de forma claríssima que o primeiro povo cessaria de oferecer a Deus e que em todo lugar lhe seria oferecido sacrifício puro e que o seu nome seria glorificado entre as nações. (...) Sacrifício puro e aceito por Deus é a oblação da Igreja, tal como o Senhor lhe ensinou a oferecer em todo o mundo.
(...) Porque Deus sempre permite que o justo, nos sofrimentos pacientemente enfrentados, seja provado e recebido e os outros, por causa dos seus delitos, sejam condenados e lançados fora. Portanto, os sacrifícios não santificam o homem, pois Deus não precisa de sacrifício, mas a consciência de quem oferece santifica o sacrifício, se é pura faz com que Deus o aceite como provindo de amigo. "Pecador, porém - diz -, é quem mata para mim um bezerro como mataria um cão".
Porque a Igreja oferece com simplicidade, justamente foi julgado puro junto de Deus o seu sacrifício. Como Paulo diz aos filipenses: "Tenho em abundância agora que recebi de Epafrodito o que vós me enviastes, fragrância suave, sacrifício agradável que Deus aceita". Cumpre, então, fazermos oblações a Deus e em tudo sermos gratos ao Criador, com mente pura e fé sincera, na firme esperança, na caridade fervorosa, oferecendo-lhe as primícias da criação, criação que lhe pertence. E a Igreja é a única a fazer ao Criador esta oblação pura, oferecendo-a com ação de graças por meio de suas mesmas criaturas. Os judeus já não oferecem: suas mãos estão cheias de sangue, porque não receberam o Verbo pelo qual é oferecido a Deus, como não oferecem todas as assembleias dos hereges. Com efeito, alguns dizem que o Pai é diverso do Criador e ao lhe oferecer dons tirados do mundo criado, provam que ele é ávido e desejoso do bem alheio; outros dizem que o nosso mundo derivou de degradação, ignorância e paixão, e então, oferecendo os frutos desta paixão, ignorância e degradação ofendem o Pai e lhe fazem mais injúria do que dar-lhe ação de graças.
Como poderão ter certeza de que o pão sobre o qual foram dadas graças é o corpo do Senhor e a taça de vinho o seu sangue se não o reconhecem como Filho do Criador do mundo, isto é, o seu Verbo pelo qual o lenho frutifica, brotam as fontes e "a terra dá primeiramente a erva, depois a espiga e por fim a espiga cheia de trigo"? Como ainda podem afirmar que a carne se corrompe e não pode participar da vida, quando ela se alimenta do corpo e do sangue do Senhor? Então, ou mudam sua maneira de pensar ou se abstenham de oferecer as ofertas de que falamos acima. Quanto a nós, nossa opinião está de acordo com a Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez, estabelece nossa opinião. Pois oferecemos a Ele do que é Dele, anunciando consistentemente a comunhão e união da carne e do Espírito. Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição (Contra as Heresias, Livro IV, 17-18).
Malaquias, um dos doze profetas, a profetizou dizendo: "Não tenho prazer em vós, diz o Senhor onipotente, e não me agrada o sacrifício de vossas mãos; porque do levante ao poente meu nome é glorificado entre as nações e em todo lugar se oferece incenso ao meu nome e sacrifício puro; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor onipotente". Com estas palavras afirma de forma claríssima que o primeiro povo cessaria de oferecer a Deus e que em todo lugar lhe seria oferecido sacrifício puro e que o seu nome seria glorificado entre as nações. (...) Sacrifício puro e aceito por Deus é a oblação da Igreja, tal como o Senhor lhe ensinou a oferecer em todo o mundo.
(...) Porque Deus sempre permite que o justo, nos sofrimentos pacientemente enfrentados, seja provado e recebido e os outros, por causa dos seus delitos, sejam condenados e lançados fora. Portanto, os sacrifícios não santificam o homem, pois Deus não precisa de sacrifício, mas a consciência de quem oferece santifica o sacrifício, se é pura faz com que Deus o aceite como provindo de amigo. "Pecador, porém - diz -, é quem mata para mim um bezerro como mataria um cão".
Porque a Igreja oferece com simplicidade, justamente foi julgado puro junto de Deus o seu sacrifício. Como Paulo diz aos filipenses: "Tenho em abundância agora que recebi de Epafrodito o que vós me enviastes, fragrância suave, sacrifício agradável que Deus aceita". Cumpre, então, fazermos oblações a Deus e em tudo sermos gratos ao Criador, com mente pura e fé sincera, na firme esperança, na caridade fervorosa, oferecendo-lhe as primícias da criação, criação que lhe pertence. E a Igreja é a única a fazer ao Criador esta oblação pura, oferecendo-a com ação de graças por meio de suas mesmas criaturas. Os judeus já não oferecem: suas mãos estão cheias de sangue, porque não receberam o Verbo pelo qual é oferecido a Deus, como não oferecem todas as assembleias dos hereges. Com efeito, alguns dizem que o Pai é diverso do Criador e ao lhe oferecer dons tirados do mundo criado, provam que ele é ávido e desejoso do bem alheio; outros dizem que o nosso mundo derivou de degradação, ignorância e paixão, e então, oferecendo os frutos desta paixão, ignorância e degradação ofendem o Pai e lhe fazem mais injúria do que dar-lhe ação de graças.
Como poderão ter certeza de que o pão sobre o qual foram dadas graças é o corpo do Senhor e a taça de vinho o seu sangue se não o reconhecem como Filho do Criador do mundo, isto é, o seu Verbo pelo qual o lenho frutifica, brotam as fontes e "a terra dá primeiramente a erva, depois a espiga e por fim a espiga cheia de trigo"? Como ainda podem afirmar que a carne se corrompe e não pode participar da vida, quando ela se alimenta do corpo e do sangue do Senhor? Então, ou mudam sua maneira de pensar ou se abstenham de oferecer as ofertas de que falamos acima. Quanto a nós, nossa opinião está de acordo com a Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez, estabelece nossa opinião. Pois oferecemos a Ele do que é Dele, anunciando consistentemente a comunhão e união da carne e do Espírito. Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição (Contra as Heresias, Livro IV, 17-18).