Gregório de Nazianzo sobre a sucessão apostólica de Atanásio de Alexandria

Assim criado e treinado, como agora devem ser aqueles que devem presidir o povo e tomar a direção do poderoso corpo de Cristo, de acordo com a vontade e presciência de Deus, que está muito antes dos alicerces de grandes feitos, ele [Atanásio] foi investido com este importante ministério, e feito um daqueles que se aproximam do Deus que se aproxima de nós, e considerado digno do santo ofício e posição, e, depois de passar por toda a série de ordens, ele foi (para encurtar a minha história) encarregado do governo principal sobre o povo, em outras palavras, o comando de todo o mundo.

(...)

Assim, e por essas razões, pelo voto de todo o povo, não da maneira perversa que desde então prevaleceu, nem por meio de derramamento de sangue e opressão, mas de forma apostólica e espiritual, ele [Atanásio] é conduzido ao trono de São Marcos, para sucedê-lo na piedade, não menos do que no cargo; neste último, de fato, a uma grande distância dele, no primeiro, que é o verdadeiro direito de sucessão, seguindo-o de perto. Pois a unidade na doutrina merece unidade no cargo; e um professor rival estabelece um trono rival; um é o sucessor na realidade, o outro, apenas no nome. Pois não é o intruso, mas aquele cujos direitos são invadidos, que é o sucessor, não o infrator, mas o legalmente nomeado, não o homem de opiniões contrárias, mas o homem da mesma fé; se não é isso que entendemos por sucessor, ele sucede no mesmo sentido que a doença sucede a saúde, as trevas a luz, a tempestade a calma e o frenesi o bom senso (Oração 21, VII e VIII).