Irineu sobre a observância do jejum e dias de festa

Pois a controvérsia não é meramente sobre o dia, mas também sobre a forma do jejum. Pois alguns consideram-se obrigados a jejuar por um dia, outros por dois dias, outros ainda mais, enquanto outros o fazem por quarenta dias [...]. Essa variedade entre observantes não teve origem em nosso tempo, mas muito antes no tempo de nossos predecessores, alguns dos quais, provavelmente, não sendo muito exatos na observância, transmitiram o costume à posteridade como introduzido entre eles por simplicidade ou fantasia privada. Entretanto, todos eles viveram em paz uns com os outros, e nós também mantemos a paz. Assim, na verdade, a diferença na observância do jejum estabelece a harmonia de nossa fé (Fragmentos, 3).

Os apóstolos ordenaram que 'ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados' [Col 2:16]. Então de onde vem essas contendas? De onde esses cismas? Nós guardamos a festa, mas com o fermento da malícia e da iniquidade, cortando em pedaços a Igreja de Deus; nós preservamos o que pertence ao exterior, para lançar fora as melhores coisas, a fé e o amor. Ouvimos da palavra profética que tais festas e jejuns são desagradáveis ao Senhor [Is 1:14] (Fragmentos, 38).