Deve ser entendido que não falamos do Pai como derivado de outro, mas falamos Dele como o Pai do Filho. E não falamos do Filho como causa ou Pai, mas falamos Dele como da parte do Pai e como Filho do Pai. E igualmente falamos do Espírito Santo como da parte do Pai, e o chamamos Espírito do Pai. Não falamos do Espírito como da parte do Filho: no entanto, nós o chamamos Espírito do Filho. 'Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele' [Romanos 8:9], diz o divino apóstolo. E confessamos que Ele é manifestado e conferido a nós através do Filho. 'Assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo' [João 20:29]. É como no caso do sol pelo qual recebemos tanto os raios como a luminosidade (pois o próprio sol é a origem tanto dos raios quanto da luminosidade), e é pelos raios que a luminosidade é conferida a nós, e é a própria luminosidade que nos clareia e na qual participamos. Além disso, não falamos do Filho do Espírito, ou do Filho como derivado do Espírito.
[...] O Pai é a fonte e a causa do Filho e do Espírito Santo: Pai do Filho somente e produtor do Espírito Santo. O Filho é Filho, Palavra, Sabedoria, Poder, Imagem, Efulgência, Impressão do Pai e derivado do Pai. Mas o Espírito não é o Filho do Pai, mas Espírito do Pai e procedendo do Pai. [...] Também falamos do Espírito do Filho, não como se procedendo Dele, mas procedendo por Ele do Pai. Pois somente o Pai é causa (Explicação Exata da Fé Ortodoxa, I).