Deus nos livre que haja verdadeira virtude em qualquer um, exceto se for um justo, e Deus nos livre que este seja justo senão vivendo pela fé, pois 'o justo vive pela fé'. Quem dentre aqueles que querem considerar-se cristãos, exceto os pelagianos apenas, chamará um descrente de justo? - seja ele Fabrício, ou Cipião, ou Regulus, nomes que você pensa que me assustam, como se estivéssemos falando perante a antiga corte de Roma. Você também pode apelar para a escola de Pitágoras, ou a de Platão, onde os mais eruditos e estudados na filosofia, excedendo grandemente os outros em nobreza, disseram que não há verdadeiras virtudes senão aquelas de algum modo impressas na mente pela forma da substância eterna e imutável que é Deus. Apesar disso, eu proclamo contra você, com toda a liberdade da piedade divinamente concedida: 'Verdadeira justiça não há nesses homens', e 'Aquele que é justo vive pela fé, a fé vem do ouvir, e o ouvir da palavra de Cristo. Pois Cristo é a consumação da Lei para a justiça todo que crer'. (...) Portanto, Cristo morreu em vão se os homens, sem a fé de Cristo, por outros meios ou pelo poder da razão, podem alcançar a verdadeira fé, ou a verdadeira virtude, a verdadeira justiça, a verdadeira sabedoria (Contra Juliano, IV)