Este fogo (1 Cor. 3:15) atua no curso desta vida exatamente como o Apóstolo diz. Se entra em contato com dois crentes, um que "cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor" (1 Cor. 7:32), isto é, sobre Cristo edificando ouro, prata, pedras preciosas, e um outro que "cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher" (1 Cor. 7:33), isto é, edificando madeira, feno, palha - o trabalho do primeiro não é queimado, pois não deu seu amor às coisas cuja perda lhe causará dor; mas o trabalho do segundo é queimado, porque as coisas que usamos com desejo não podem ser perdidas sem aflição. Mas, supomos, até o segundo prefere perder essas coisas do que perder Cristo, ele sofre ao perder essas coisas, e é salvo, "todavia como pelo fogo" (1 Cor. 3:15); porque a dor por aquilo que amou e perdeu o queima. (...) E não é impossível que algo assim ocorra depois desta vida. É uma questão a ser investigada - e talvez confirmada ou deixada dúbia -, se alguns crentes passarão por um tipo de fogo purificador, e na proporção em que amaram as coisas que perecem, sejam mais ou menos rapidamente libertados [deste fogo]. (Enchiridion, 68-69).