Orth.— (...) ao dar os mistérios ele chamou ao pão, corpo, e o que havia sido misturado, sangue.
Eran.— Ele fez isso.
Orth.— E, no entanto, naturalmente o corpo seria propriamente chamado corpo, e o sangue, sangue.
Eran.— Concordo.
Orth.— Mas nosso Salvador mudou os nomes, ao seu corpo deu o nome do símbolo e ao símbolo o do seu corpo. Então, depois de chamar a si de videira, ele falou do símbolo como sangue.
Eran.— Verdade. Mas desejo saber a razão da mudança dos nomes.
Orth.— Aos que são iniciados nas coisas divinas, a intenção é simples. Pois ele queria que os participantes nos divinos mistérios não dessem atenção à natureza dos objetos visíveis, mas, por meio da variação dos nomes, cressem na mudança operada pela graça. Pois ele, sabemos, que falou de seu corpo natural como semente e corpo, e, novamente, chamou a si mesmo de videira, dignificou os símbolos visíveis pela nomeação do corpo e do sangue, não porque ele tinha mudado sua natureza, mas porque à natureza deles acrescentou graça (Dialogus, Liber I).
Orth.- Diga-me, os símbolos místicos que são oferecidos a Deus por aqueles que realizam os ritos sacerdotais, são símbolos do que?
Eran.— Ele fez isso.
Orth.— E, no entanto, naturalmente o corpo seria propriamente chamado corpo, e o sangue, sangue.
Eran.— Concordo.
Orth.— Mas nosso Salvador mudou os nomes, ao seu corpo deu o nome do símbolo e ao símbolo o do seu corpo. Então, depois de chamar a si de videira, ele falou do símbolo como sangue.
Eran.— Verdade. Mas desejo saber a razão da mudança dos nomes.
Orth.— Aos que são iniciados nas coisas divinas, a intenção é simples. Pois ele queria que os participantes nos divinos mistérios não dessem atenção à natureza dos objetos visíveis, mas, por meio da variação dos nomes, cressem na mudança operada pela graça. Pois ele, sabemos, que falou de seu corpo natural como semente e corpo, e, novamente, chamou a si mesmo de videira, dignificou os símbolos visíveis pela nomeação do corpo e do sangue, não porque ele tinha mudado sua natureza, mas porque à natureza deles acrescentou graça (Dialogus, Liber I).
Orth.- Diga-me, os símbolos místicos que são oferecidos a Deus por aqueles que realizam os ritos sacerdotais, são símbolos do que?
Eran.— Do corpo e do sangue do Senhor.
Orth.— Do corpo real ou não?
Eran.— Do real.
(...)
Eran.— E após a consagração como eles são chamados?
Orth.— Corpo de Cristo e sangue de Cristo.
Eran.— E você crê que participa do corpo e do sangue de Cristo?
Orth.— Sim
Eran.— Assim, pois, como os símbolos do corpo e do sangue do Senhor são uma coisa antes da invocação sacerdotal, e depois da invocação são mudados e tornam-se outra coisa; assim também o corpo do Senhor após a assunção é mudado na substância divina.
Orth.— Você está preso na rede que criou. Pois mesmo após a consagração os símbolos místicos não são destituídos de sua natureza própria; eles permanecem em sua primeira substancia, figura e forma; são visíveis e tangíveis como eram antes. Mas agora são tidos por aquilo que se tornaram, e cridos como tal, e adorados como aquilo que são cridos por serem. Compare, então, a imagem com o arquétipo, e verá a semelhança, pois o tipo deve ser semelhante à realidade. Porque o corpo preserva sua primeira forma, figura e limitação e, em uma palavra, a substância do seu corpo; mas após a ressurreição tornou-se imortal e superior à corrupção; tornou-se digno de um assento à direita; e é adorado por toda criatura como sendo chamado o corpo natural do Senhor (Dialogus, Liber II).