Agostinho sobre os Concílios universais

Vocês não devem, de fato, trazer contra nós as cartas de Cipriano, suas opiniões, seu Concílio; por que vocês usam a autoridade de Cipriano para seu cisma, e rejeitam seu exemplo quando é para a paz da Igreja? Pois quem pode falhar em estar ciente de que o cânon sagrado da Escritura, do Antigo e do Novo Testamentos, está guardado em seus próprios limites, e paira tão absolutamente acima de todas as cartas dos Bispos, e que não podemos ter qualquer dúvida ou disputa de que seu conteúdo é verdadeiro e certo, enquanto todas as cartas dos Bispos já escritas, ou que estejam sendo escritas, desde o fechamento do cânon, são sujeitas a serem refutadas se houver algo contido nelas que afaste-se da verdade, seja pelo discurso de alguém que tenha mais sabedoria na matéria que eles, ou pela maior autoridade e experiência de outros Bispos, pela autoridade dos Concílios; e também, que os próprios Concílios, que sejam realizados em diversos distritos ou províncias, devem render-se, fora da qualquer dúvida, à autoridade dos Concílios plenários que são realizados por todo o mundo cristão; e que mesmo entre os Concílios plenários, os mais antigos são frequentemente corrigidos pelos que os seguem, quando, por alguma experiência real, as coisas antes escondidas são trazidas à luz, e aquilo que antes estava oculto torna-se conhecido, e isso sem qualquer turbilhão de orgulho sacrílego (...), simplesmente com santa humildade, paz católica e caridade cristã? (Sobre o Batismo, 2, 3, 4)