[Jesus] estava a entregar sua vida como resgate pelas vidas de todos. Pois todos os homens na terra, por terem caído na armadilha do pecado (uma vez que todos caíram, e todos tornaram-se sujos, de acordo com a Escritura), se fizeram expostos à acusação do diabo, e estavam vivendo uma vida odiosa e miserável. A cédula continha um decreto contra nós - a maldição que, pela Lei Divina, pesa sobre os transgressores, e a sentença pronunciada contra todos os que erram contra as ordenanças da Lei, assim como a maldição de Adão, que foi pronunciada contra toda a humanidade, havendo todos quebrado os decretos de Deus. Pois a ira de Deus não cessou com a queda de Adão, mas também foi provocada por aqueles que posteriormente desonraram o decreto do Criador; e a denúncia da Lei contra os transgressores foi contínua sobre todos. Nós éramos, portanto, amaldiçoados e condenados, pela sentença de Deus. [...] Por nossa causa ele pagou a pena de nossos pecados. [...] Pois somos justificados, agora que Cristo pagou a pena por nossos pecados; pois por suas feridas somos sarados, de acordo com a Escritura (Comentário a João, 12).
Cristo, portanto, resgatou da maldição da Lei aqueles que, estando sujeitos a ela, eram incapazes de cumprir suas determinações. E de que maneira nos resgatou? Cumprindo-a. Falando em outras palavras: para que ele expiasse a culpa da transgressão de Adão, mostrou-se ele próprio obediente e submisso em todo aspecto a Deus, o Pai, em nosso lugar (Comentário a Lucas, 3).
