Que esta estirpe [os gnósticos] tenha sido enviada por Satanás para a negação do batismo que é regeneração em Deus e assim a destruição de toda a fé o exporemos e refutaremos no lugar mais oportuno (Contra as heresias, I, 21, 1).
E ao dar a seus discípulos o poder de fazer renascer os homens em Deus, lhes dizia: "Ide, ensinai todos os povos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (III, 17, 1).
Em primeiro lugar, a fé nos convida insistentemente a relembrar que recebemos o batismo para o perdão dos pecados em nome de Deus Pai e em nome de Jesus Cristo, Filho de Deus encarnado, morto e ressuscitado, e [em nome] do Espírito Santo de Deus; que o batismo é o selo da vida eterna, o novo nascimento de Deus, de modo tal que não somos mais filhos de homens mortais, mas do Deus eterno e indefectível; que o Eterno e Indefectível é Deus, acima de todas as criaturas, e que cada coisa, seja qual for a sua espécie, está submetida a Ele; e tudo o que foi a Ele submetido foi por Ele criado. Deus, portanto, não exerce seu poder e soberania sobre o que pertence aos outros, mas sobre o que lhe é próprio. E tudo é de Deus. Com efeito, Deus é onipotente e tudo provém d’Ele (Demonstração da pregação apostólica, 3).
"Então desceu", diz a Escritura, "e mergulhou no Jordão sete vezes" [2 Reis 5:14]. Não foi atoa que Naamã, quando sofria pela lepra, foi purificado ao ser batizado, mas isso serve de indicação para nós. Pois uma vez que somos leprosos no pecado, somos feitos limpos de nossas velhas transgressões por meio da água sagrada e da invocação do Senhor; sendo espiritualmente regenerados como bebês recém-nascidos, assim como nosso Senhor declarou: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus" [João 3:5] (Fragmentos, 34).