Crisóstomo sobre a primado entre os Apóstolos

E se alguém disser "Como, então, Tiago recebeu a cadeira em Jerusalém?". Eu daria essa resposta, que Ele nomeou Pedro professor não de uma cadeira, mas do mundo (...) e ele fez isso para tirar deles (Pedro e João) a simpatia inadequada que sentiam um pelo outro, pois desde que eles estavam prestes a receber a carga do mundo, era necessário que eles deixassem de ser estreitamente associados juntos (Homilias sobre o Evangelho de João, 88,1-2).

Ele [Paulo] chama os gentios de incircuncisos e os judeus de os da circuncisão, e declara o seu próprio posto como sendo igual a dos Apóstolos, e, comparando-se ao seu líder [Pedro], não com os outros, ele mostra que a dignidade de cada um era a mesma (Comentário sobre Gálatas, 2, v.8).

Pedro, Tiago e João foram primeiramente chamados, e tinham uma primazia entre os discípulos (Comentário sobre Gálatas, 1, vv. 1-3).

Você não vê que a liderança estava nas mãos destes três, especialmente de Pedro e Tiago? Esta foi a principal causa de sua condenação por Herodes (Homilias sobre os Atos dos Apóstolos, XXVI).

Mas observe como Pedro faz tudo com o consentimento comum; nada imperiosamente (Homilia III em Atos 1:12).

O filho do trovão [o apóstolo João], o amado de Cristo, o pilar das Igrejas em todo o mundo, que possui as chaves do céu, que bebeu o cálice de Cristo e foi batizado com o Seu batismo, que se coloca sobre o peito do seu Mestre com muita confiança, este homem vem adiante para nós agora (Homilias sobre o Evangelho de João, 1:2).

Pedro, a cabeça dos Apóstolos, o primeiro na Igreja, o amigo de Cristo, que não recebeu a revelação do homem, mas do Pai... esse Pedro, e quando digo Pedro, eu quero dizer rocha inquebrável, o fundamento inabalável, o grande apóstolo, o primeiro dos discípulos, o primeiro chamado, o primeiro a obedecer (De Eleemos III, 4, vol II, 298 [300]).

Pedro, o corifeu do coro dos apóstolos, a boca dos discípulos, o fundamento da fé, a base da confissão, o pescador do mundo, que trouxe de volta a nossa raça da profundidade do erro para o céu, aquele que é em todos os lugares fervoroso e cheio de ousadia, ou melhor, mais cheio de amor do que de ousadia... (Hom de Dezem mille talentis, 3, vol III, 20 [4]).

João estava prestes a conversar conosco para dizer suas próprias palavras, nós precisamos descrever sua família, seu país e sua educação (...) Não é assim com este pescador [João], pois tudo o que ele diz é infalível, como se estivesse sobre uma rocha, ele nunca muda seu fundamento. Uma vez que ele tem sido considerado digno de estar nos lugares mais secretos, e tem o Senhor de todos falado através dele, ele não está sujeito a nada que é humano (Segunda Homilia do Evangelho de São João).

O Deus misericordioso costuma dar esta honra aos seus servos: por sua graça outros podem adquirir a salvação, como foi o caso do abençoado Paulo, o professor do mundo, que emitiu os raios de seu ensino em todos os lugares (Homilia 24 sobre o Gênesis).

Quando o Querubim cantar na glória, onde o Serafim estará voando, lá veremos Paulo com Pedro, e como chefe e líder do coro dos santos, e desfrutaremos de seu generoso amor (...) Eu amo Roma por isso, embora certamente alguém tenha outros motivos para elogiá-la (...) O céu não é tão brilhante quando o sol envia seus raios, como é a cidade de Roma enviando essas duas luzes em todas as partes do mundo. Dali irá Paulo ser alcançado, dali Pedro. Apenas reflita e trema com o pensamento do que Roma irá ver quando Paulo se levantar subitamente de seu jazigo juntamente com Pedro, e for elevado até ao encontro do Senhor. Roma irá enviar uma rosa até Cristo! (...) A cidade terá sobre ela duas coroas! (...) Portanto, eu admiro a cidade, não pela grande quantidade de ouro, nem pelas colunas, nem por outra ostentação de lá, mas por esses pilares da Igreja (Homilias sobre a Epístola aos Romanos, 32).