Yves Congar: a tradição oriental nunca aceitou a supremacia papal

O Oriente nunca aceitou a jurisdição regular de Roma, nem submeteu-se ao julgamento de bispos ocidentais. Seus apelos a Roma por ajuda não eram conectados com um reconhecimento do princípio da jurisdição romana, mas baseados na visão de que Roma possuía a mesma verdade, o mesmo bem. O Oriente ciosamente protegeu seu modo de vida autônomo. Roma interveio para salvaguardar a observância das regras legais, para manter a ortodoxia da fé e manter a comunhão entre as duas partes da Igreja (com a Sé Romana representando e personificando o Ocidente)... Ao reconhecer em Roma um 'primado de honra', o Oriente evitou basear esse primado na sucessão e presença viva do apóstolo Pedro. Um modus vivendi foi alcançado e durou, ainda que com crises, até a metade do século onze (Diversity and Communion [Mystic: Twenty–Third], pp. 26–27).