Apresentando todos os que introduzem doutrinas ímpias sobre Deus que nos criou e modelou, que criou este mundo, sobre o qual não existe outro Deus, e refutando, com seus próprios argumentos, os que ensinam o falso sobre a natureza de nosso Senhor e a economia que atuou em prol do homem, sua criatura, demonstramos, ao mesmo tempo, a constante identidade da pregação da Igreja, em todo o mundo, da doutrina à qual dão testemunho os profetas, os apóstolos e todos os discípulos. Foi isso que mostramos, englobando o princípio, o meio e o fim, isto é, a totalidade da economia de Deus e da sua ação infalivelmente ordenada à salvação do homem e a estabelecer a nossa fé. E nós guardamos fielmente, com cuidado, pela ação do Espírito de Deus, esta fé que recebemos da Igreja, como depósito de grande valor em vaso precioso, que se renova e renova o próprio vaso que a contém.
Eis por que se devem escutar os presbíteros que estão na Igreja, e que são os sucessores dos apóstolos, como o demonstramos, e que com a sucessão no episcopado receberam o carisma seguro da verdade segundo o beneplácito do Pai. Quanto a todos os outros que se separam da sucessão principal e em qualquer lugar que se reúnam, devem ser vistos com desconfiança, como hereges e de má fé, como cismáticos cheios de orgulho e de suficiência, ou ainda, como hipócritas que fazem isso à procura de lucro e de vanglória. Todos eles se afastaram da verdade e os hereges que oferecem sobre o altar de Deus um fogo estranho, isto é, doutrinas estranhas, serão queimados pelo fogo celeste como Nadab e Abiú. Os que se insurgem contra a verdade e excitam os outros contra a Igreja de Deus, tragados pelos abismos da terra, terão sua morada nos infernos como Coré, Datã, Abiram e todos os que estavam com eles. Os que rompem e dividem a unidade da Igreja receberão de Deus o mesmo castigo de Jeroboão (IV, 26).