Que loucura é essa, então, de construir os objetos (os quais eles mesmos poderão temer depois), ou de temer os objetos construídos? Mas, eles dizem, nós não tememos as próprias imagens, mas aqueles seres em cuja semelhança são feitas as imagens, e a quem são dedicadas. (...) Por que, então, não levantam seus olhos para os céus, e, invocando seus nomes, oferecem-lhes sacrifícios ao ar livre? Por que voltam-se para as paredes, e a madeira, e a pedra, ao invés de voltarem-se para o lugar onde acreditam que eles estão? (...)
No caso de Deus, cujo espírito e influência são difusos por todo lugar, e nunca podem estar ausentes, é claro que uma imagem é sempre supérflua. Mas eles temem que sua religião sejam inteiramente vã e vazia se não puderem ver nada presente que possam adorar, e por isso levantam imagens; e já que são representações de mortos, elas lembram os mortos, pois são inteiramente destituídas de percepção. Mas a imagem do Deus vivo deve ser viva e capaz de percepção.
No caso de Deus, cujo espírito e influência são difusos por todo lugar, e nunca podem estar ausentes, é claro que uma imagem é sempre supérflua. Mas eles temem que sua religião sejam inteiramente vã e vazia se não puderem ver nada presente que possam adorar, e por isso levantam imagens; e já que são representações de mortos, elas lembram os mortos, pois são inteiramente destituídas de percepção. Mas a imagem do Deus vivo deve ser viva e capaz de percepção.
(...) Portanto, é fora de dúvida que não há religião onde há uma imagem. Pois a religião consiste em coisas divinas, e não há nada de divino exceto em coisas celestes; segue-se que imagens são destituídas de religião, pois não pode haver nada celeste em coisas feitas da terra (Instituições Divinas, Livro II, 2-19).